quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Caulfield

Mais uma vez eu vim aqui, já sabe pra que, né?
Sim, eu vim reclamar.
Eu criei esse blog pra reclamar aquelas coisas que ninguém que esteja por perto é afim de ouvir.
Desculpa blog, não é tua culpa.
Mas foda-se, tu não tem sentimentos... Que bom pra ti! Aproveite.

Ja eu, tenho e fico revirando-os.

Reviro as decepções amorosas, as brigas bobas com amigos, as atitudes idiotas dos desconhecidos, as atitudes cretinas dos conhecidos, as rejeições das meninas bonitas que curtem carro e dinheiro, as minhas decisões erradas, as merdas que minha madrasta me dizia anos atrás, as indiretas que ela ainda dá hoje em dia... Reviro, reviro e deixo tudo mais bagunçado e cheio de dor, raiva e desprezo pela humanidade.

Holden Caulfield entende isso. Não que isso tenha ajudado ele ou eu ou qualquer outro.
Tenho medo de ser como Caulfield, mas a cada dia me sinto mais próximo disso.

Sabe, eu sou o rei do "quase".

Quase que eu pago todas as minhas contas...
Quase que eu sou bem sucedido no meu trabalho...
Quase entro na faculdade...
Quase arranjo uma namorada...
Quase morro afogado em Riozinho...
Quase mantenho minha casa limpa...
Quase perdoo as cagadas das pessoas...

É isso, tudo é "quase". Não sou nem o fracasso total nem a vitória, mas o "quase".
Antes fosse um fracassado, pois teria razões para me sentir um, mas nem isso.

Sinceramente, eu to de saco cheio dissso.
Não aguento mais as pessoas me dizendo pra eu ter paciência pq na hora certa as coisas se ajeitam. BESTEIRA! Isso é coisa de quem acredita em deuses, papais noeis, coelhos da páscoa e políticos. BESTEIRA!

TO DE SACO CHEIO!

Eu quero uma vida melhor, com bastante coisas boas pra fazer, com menos empecilhos bestas, com ar mais puro, com grama verde e com alguém pra dividir isso tudo. É isso.
Boa noite.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

again and again and again and again and again...

É sempre assim:

Ela aparece como quem não quer nada, só pra saber se ainda vivo.
Como uma droga, toma minha mente sem que eu perceba que é vício.
Aos pouco ocupa todo o espaço que deveria ser entregue a outra possível inquilina.

Logo em seguida é a minha vez...
De acreditar em qualquer coisa
De preencher qualquer vazio
De bagunçar qualquer sentimento

Daí em diante a história é mais que bem conhecida
Troco o “sim” certo, pelo “talvez” e pelo “ainda não esqueci”
Então é uma questão de tempo até que o “ainda não esqueci” vire “quero esquecer”
E o tempo novamente me mostra que é vício.
Que eu devo largar.

Não é viver de passado...
Seria, se alguma vez me desse tempo pra transformar em passado.

Quero o meio termo
Nem viver de passado, nem sonhar com futuro.
Apenas o presente

Já esgotei meu estoque de sacrifícios. É a tua vez!

sábado, 29 de maio de 2010

Rage Against the Machine

Trabahla, vai pra casa e dorme.
Acorda, come e trabalha.
Modo automático repetido a vida toda...
A vida deixada pra depois.
Depois de trabalhar, de fazer o pé de meia...
O fim de semana descansando para trabalhar
De novo a rotina do robô.
Ah, se eu fosse um robô!
Não necessariamente humanóide, mas autônomo e sem consciência.
Não estaria satisfeito, também não insatisfeito.
Não precisaria comer, nem descansar.
Viveria para trabalhar.
Ops, mas não é assim agora?!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Raiva!

Ta tudo confuso, bagunçado, sabe.
Nos últimos 2 anos não tive a mínima idéia do que é ter estabilidade financeira e sentimental.
Tudo que parece que vai dar certo, dá errado. Relacionamento, trabalho, casa, amizade, tudo.
Já tenho os punhos cicatrizados de cada vez que me vejo em desespero, socar a primeira parede que encontro. Pois se por acaso tal soco fosse em um humano (e sempre dá vontade que seja) com certeza minha casa já seria atrás das grades.

Sabe quando a gente releva atitudes idiotas dos outros? Pois eu tenho o costume de relevar ao máximo, só que isso tem conseqüências. Uma delas é o enorme acúmulo de raiva. Grande o suficiente para as pessoas notarem apenas por eu chegar em um ambiente. Grande o suficiente pra eu preferir ficar em casa a fazer contato com as pessoas. E não que eu não queira sair e ver as pessoas com quem me importo, o problema são as pessoas que estão em volta.

Já perdi a paciência de ouvir as pessoas falarem o que querem dizer, sem se importar se eu quero ouvir. Muita gente caga pela boca e eu não to mais conseguindo tolerar isso.
Chego a achar que me tornei um velho chato e cheio de manias, mas poxa, não sou velho!

O que vou ser quando “crescer”?!
Quando raios vou “crescer”?!

Merda, 22 anos de idade, morando sozinho em um apartamento, lutando pra me manter em cada emprego que passo e assim poder pagar a moradia, comida e distração. Sozinho é difícil.

Mas sozinho é como eu preciso ficar ainda mais algum tempo pra pôr as idéias no lugar, Pra ter boas e novas idéias, pra rever os valores, pra avaliar quem deve estar comigo de verdade, pra me concentrar em algum estudo, pra desenvolver melhor a paciência e pra poder dissipar essa maldita raiva que ultimamente parece vir a tona com mais freqüência do que nunca.

No final das contas, não sinto raiva de uma ou outra pessoa em especial. É no geral mesmo. É a situação, é a sucessão de decisões erradas, de decepções. Mas por isso, gente que não tem nada a ver acaba pagando.

Uma pena, mesmo...

domingo, 4 de abril de 2010

...

Ta, manhã do domingo de páscoa.
To sozinho em casa, recém acordado, sem ressaca, ouvindo Deluxe Trio, lendo blogs de tecnologia e caçando algum jogo que consiga me distrair de verdade.
Me sinto um pouco abandonado, carente. Não que esteja abandonado de verdade, mas sabe aquela sensação de domingo, de "acabou o final de semana". Pois é, o meu acabou e eu não fiz nada do que a princípio havia planejado.
Aliás, o tempo tem passado bastante rápido, fazendo com que eu não faça quase nada do que planejei. Isso sim, deixa uma sensação de inutilidade imensa.
Mas foda-se, as coisas tem que acontecer no tempo certo, creio eu.
Carência, falta daquela pessoa pra acordar junto e dar risada de qualquer besteira que apareça na tv. Um dia, quem sabe...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

"MonoDiálogo"

-E então Kotoko, tu vai dormir?
-Não sei cara, tem tanta coisa aqui...
-Aqui aonde?
-Aqui, dentro do peito, da cabeça, da cueca oras!
-Tu tem que trabalhar, lembra?
-Gostaria de não lembrar.
-Bah, que desânimo hein?!
-Pois é, acontece...
-Ta, e vai fazer algo pra melhorar?
-Uma torrada e um café sem açúcar resolvem, por enquanto.
-E amanhã?
-Ta muito longe de hoje aínda.
-Mas já passou a meia-noite...
-E daí, eu não dormí, lembra?!
-Ah, é.
-E então, o que vai ser?
-O que vai ser o que?! Não é tu que faz as perguntas!
-Ah, ta... Foi mal.
-Mas me responde, o que va ser?
-Depende.
-Dela ou de ti?
-Do telefone.
-Sai dessa!
-Te juro que quero...
-Mas???
-Mas é que já tentei...
-E?
-Deu no que deu.
-Putz...
-É, ta foda mesmo.
-Seguinte, sai na sexta, aproveita, esquece!
-Na sexta passada, retrasada ou na próxima?
-É verdade. Precisa de ajuda cara!
-É? De quem?!
-Mãe, amigos, sei lá, deus!
-Eles não têm nada a ver com isso. E outra:
-O que?
-Não te contaram?
-Não, mas fala logo!
-Bah, brother ,te enganaram no lance de deus.
-Não brinca com isso!
-Ta, mas abre os olhos e descobre por ti.
-Te fode cara, eu vou dormir!
-Te mordeu é?
-Já falei, te fode! E mais:
-O que?
-Vou dormir!
-E eu, continuo sozinho então?
-Não ouvíu?! TE FODE!
-Boa noite kotoko.
-Boa noite Kotoko...