segunda-feira, 12 de março de 2012

E pensar que quando piá eu achava que seria legal virar adulto...

Eu tinha uns 5 anos de idade, via meu pai andando de moto, trabalhando, sabendo das coisas... E queria ser igualzinho. Achava o máximo tudo aquilo que eu não podia fazer e que para os adultos era coisa comum. Hoje sinto raiva do momento em que quis ser adulto. Hoje me sinto fracassado! Ser adulto é uma bosta sem tamanho quando as coisas não dão certo quando tinham que dar.

Sou técnico em informática, já passei por um monte de trabalhos formais e informais, um estágio e 3 casas desde que saí da casa do meu pai aos 18 anos. Tive 2 casos que mais ou menos se classificam como namoro, sendo que o mais longo durou 1 ano e pouco... E nunca foi levado a sério (da parte dela) por eu ser fracassado financeiramente.

Infelizmente fui bem apaixonado por ela e me frustrei demais por causa disso. É injusto demais tu te esforçar pra agradar alguém, ser gentil, carinhoso e sei lá mais o que, pra no final perder por que tomou algumas decisões erradas como estudante/profissional. Pior ainda é saber que a grande maioria não se importa se uma pessoa é boa quando essa pessoa não atende as condições financeiras esperadas, como carro ou grana pra viajar para as praias legais de Santa Catarina que “só tu não conhece”...

Aí vêm aqueles argumentos tipo “Ah, mas a vida não é só isso. Tu tem saúde e bons amigos”, “Calma que a situação melhora uma hora”, ”Não te falta nada cara” e outros mais dos quais eu não tiro a razão, mas que ainda sim não diminuem a frustração. Sim eu tenho saúde, bons amigos, não me falta nada essencial (não frequentemente pelo menos) e eu sei que um dia pode melhorar. Caro leitor veja bem a diferença entre um “vai melhorar” e “pode ser que melhore”: O primeiro afirma algo sem base nenhuma, logo não pode ser real. Resta a segunda frase que é chocha, quase um placebo.

Não acredito em qualquer coisa parecida com um deus, entidade superior, influência de astros sobre pessoas, superstição, simpatia, etc. Então como alguém quer que eu acredite que as coisas vão dar certo em algum momento, sem me dar um mínimo de dados que me levem a crer nisso? Uma estatística a favor qualquer já seria aceitável, mas estatísticas nunca acompanham frases assim né.

Eu me esforço bastante até, mas falho na mesma proporção, afinal sou um saco de ossos e bosta como qualquer outro humano. Tomo decisões erradas, me desentendo com os outros e fico triste também, aliás, muito mais frequentemente do que quem me vê sorrindo por aí pensa. Sorrir é um bom jeito de espantar a tristeza, mas quando não tem quem sorria junto não adianta de nada.

O caso é que eu remo sem sair do lugar a muito tempo, e isso cansa, enche o saco, acumula muita coisa ruim no coração. Tanto que do final do ano passado pra cá tenho tomado anti-depressivos, pois cheguei a um ponto em que perdia o controle frequentemente, e já estava perdendo a vontade de qualquer coisa.
Me sinto bem mais tranquilo atualmente, bem mais em ordem e de bem comigo mesmo, mas não é o bastante pois os problemas são os mesmos, estão no mesmo lugar e tudo! A diferença é que novamente tenho vontade pra continuar forçando uma possível mudança no cenário. A pergunta é: Até quando antes que caia de novo?

Tenho gente me ajudando, até mais do que eu julgava possível, mas até quando? Hoje eu praticamente dependo de apoio financeiro do sócio, do pai e às vezes da mãe também. Fico feliz de ter com quem contar, mas eu quero ser independente de verdade, porra! Não me sinto bem com isso, às vezes não me julgo nem tão merecedor desse apoio todo. Eu quero que minha empresa dê certo logo, quero entrar pra Engenharia de Computação da UFRGS, quero poder criar um cachorro, quero ter uma namorada, quero dar presente pros amigos que fizerem aniversário... Mas pra isso eu tenho que sair desse maldito loop de fracasso. E é esse meu objetivo primário, pelo qual estou disposto a fazer o esforço que tiver de ser feito e pelo qual eu até passaria por cima de alguns princípios éticos, se isso auxiliasse.

Espero não assustar ninguém com esse texto, mas foi um desabafo necessário e que levou muito tempo pra ser compreendido e compilado. Ao longo do ano escreverei mais. Tinha esquecido o quanto é bom escrever esse tipo de coisa que ninguém tem paciência de ouvir.
Abraço pra quem ler!